sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O ser jornalista

Após assistir ao filme 'O Jornal', me peguei pensando sobre o ser jornalista. É, sem dúvida alguma, uma das profissões mais belas e mais cruéis que existem. O jornalista constrói, mesmo que em parte, a realidade presente no mundo que o rodeia. Tudo o que ele mostra, toma uma nova dimensão (e tudo o que ele não mostra, não existe, fica esquecido, escondido). E o jornalista constrói a realidade de acordo com a sua visão de mundo, inconscientemente. O simples fato de escolher tais e tais fatos, acaba por criar o mundo de acordo com uma visão pessoal. Todo jornalista (ou quase todo) diz que é imparcial, mas isso é impossível. Eu, como futuro jornalista, tenho essa consciência.
Buscar a verdade a todo tempo, não mostrar uma falsa verdade ou meia verdade sem apurar os fatos por completo. Foram algumas das coisas que o filme deixou claro, mesmo mostrando uma lado muito romântico o jornalismo, e usando a comédia e o drama para mostrar o lado cruel (que eu já conhecia, mas que tinha deixado de lado). Dois pontos chamam a atenção para a parte negativa do jornalismo, do jornalista: O primeiro ponto é a questão de, muitas vezes, as notícias publicadas por um jornal, moldarem a opinião pública para determinada situação que se julgue certa, mesmo que não exista confirmação daquele fato e daquela situação (vide 'Caso Bruno' por exemplo). O segundo ponto é a questão pessoal do jornalista. O filme me fez lembrar que a vida pessoal do jornalista é consumida devido ao tempo gasto no trabalho. Sobra pouco tempo para a família, para esposa e filhos. Acredito que o segundo ponto mexa com todos que trabalhem nessa área, assim como mexeu comigo assistindo ao filme. Com certeza, faz pensar. Não em desistir da profissão, é claro, mas em tentar consciliar o tempo.
Enfim, o jornalista é um engenheiro social, constrói a realidade da (e para a) sociedade. Tem que tentar ao máximo mostrar a verdade. Tem que fazer de tudo para organizar o seu tempo, não esquecer de dar valor a sua família. E, obviamente, tem que ser profissional, para que o mundo saiba o que acontece, graças a cada notícia que cada jornalista traz e faz.

2 comentários:

  1. Douglas, esse filme é ótimo mesmo. Muito engraçado. Aquela cena da briga da mulher querendo parar as máquinas e do homem querendo que a impressão contiue é maravilhosa.

    Eu me questiono muito isso: "Qual a minha missão?". E, como jornalista, "quais contribuições eu posso dar com o exercício da profissão?"

    Mas é bom a gente ter essa noção do valor que o Jornalismo tem para a sociedade, assim nos tornamos profissionais mais conscientes.

    Outros filmes que indico: "Intrigas de estado" e "Faces da verdade".

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