quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Rabiscos de Primavera

Respiras, entre a vida quase morta,
suspiros do meio dia e caras fechadas aos domingos.
Sonhas com aroma de café em teus dias mais nublados,
enquanto mulheres se apaixonam por vozes que não são a tua.

As nostálgicas letras que teu fone de ouvido cantam
Transportam-te para os passados saudosos
Ainda que estejas presente no presente do agora

Ares de terras distantes botam ciscos nos teus olhos amendoados
Pois carregas na mochila encantos perdidos,
paixões incompreendidas e crenças inacabadas.

Choras Drummond silenciosamente
Por sorrisos que não te pertencem
E olhares que não te perseguem.

A tua poesia não tem rima, nem forma, nem força
Mas evocas de todas as maneiras que o alfabeto te dá
As vidas que viveu e as que deixaste de viver.

O medo do não-feito é a insônia nas noites abafadas,
de cabelos desarrumados
e olheiras profundas.

Os calafrios que estremeciam os músculos de teu corpo
E erguiam militarmente os pelos de tua pele
Eram apenas mais vozes que se juntavam ao coro, que dizia:

A tua insegurança roubou teus beijos de primavera.

2 comentários:

  1. ''Ares de terras distantes botam ciscos nos teus olhos amendoados
    Pois carregas na mochila encantos perdidos,
    paixões incompreendidas e crenças inacabadas.''
    Acho que esse virou meu favorito, ficou lindo.

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  2. Ninguém perguntou, ô exu

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