domingo, 17 de março de 2013

Sobre o que faz a vida ser o que é

Me pergunto sobre a vida, seus significados. O que é a vida se não nossas memórias? Me dirão que é o que fazemos. É verdade. O que fazemos faz a vida. O que fazemos cria as memórias. 
Me dirão que é o que não fazemos. Também é verdade. O que não fazemos fica no nosso inconsciente. Nos trás o remorso de não ter feito. De não ter memórias diferentes. 
Mas a vida vive de memórias nem sempre concretas. Uma memória do que você sentiu não é tão concreta. Ainda assim você se lembra. E lembra também do que não sentiu. Do que não viveu. E passa a se perguntar até que ponto você soube viver. Até que ponto eu soube viver? Até que ponto soube criar memórias? 
Longe do que deveria ser, vivi pouco. Tenho menos memórias do que queria e do que deveria. A vida passa, se encaminha e vejo ela passar de frente aos meus olhos sem realmente conseguir enxergá-la. É quase um vidro embaçado pela umidade. E por mais que passe a mão tentando melhorar a visibilidade, depois de um tempo, ele fica embaçado e não vejo como deveria.
A vida se faz de momentos. Momentos que são memórias. Memórias que perdi, aos montes. Montes de oportunidades que não mais voltarão e que se refletem na reflexão, na auto-crítica.
E mesmo tão cedo, olho pro vidro e é quase impossível ver o outro lado. Me pergunto: "Em vinte e um anos, o que foi que eu vivi? O que foi que eu perdi? Que vida vive na minha, que não a que eu desejava viver? A que eu deveria viver?". Até que uma voz responde, com uma toalha na mão, desembaçando o vidro, que se mostra ser um espelho, diz: "Crie momentos novos, vidas novas. E por tudo de mais sagrado nessa vida, não perca mais memórias, seu desgraçado. Por nada".

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